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Maio é o mês de prevenção e combate do câncer cerebral



Muitos tipos de tumor podem se originar no cérebro e na medula espinhal, que, juntos, compõem o sistema nervoso central (SNC). Seus sintomas, tratamento e prognóstico vão depender do tipo de tumor, sua localização precisa, do tipo de células a partir das quais o tumor se desenvolveu e da idade do paciente. Por isso, é importante entender como funciona o sistema nervoso central e os tipos de células que o formam.

O cérebro é formado por diferentes tecidos e células, tais como:

Neurônios: são as células mais importantes do cérebro. Eles enviam sinais (impulsos nervosos) através de longas extensões chamadas axônios, que podem ser curtos ou medir até 90 cm; os impulsos elétricos enviados pelos neurônios determinam todas as funções do cérebro e da medula espinhal, tais como pensamento, memória, emoção, fala e movimento muscular. Ao contrário da maioria dos demais tipos de células, que podem crescer e se dividir para repor células perdidas por danos ou doença, neurônios, com raríssimas exceções, não se dividem depois do nascimento. O câncer originado de neurônios é extremamente raro.

Células da glia: são as células que mais comumente dão origem a tumores chamados gliomas. Há três tipos de células gliais: astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias; um quarto tipo, chamado micróglia, não é, em origem, célula da glia. As células gliais normais crescem e se dividem lentamente.

A maioria dos tumores de cérebro e medula espinhal se desenvolve a partir de células gliais:

Astrócitos: esse tipo de célula da glia ajuda a sustentar e a nutrir os neurônios; quando o cérebro sofre algum dano, os astrócitos formam tecido de cicatrização, que ajuda a reparar ferimento.

Oligodendrócitos: são células que fabricam mielina, substância que reveste e isola os axônios do cérebro e da medula espinhal e, desta forma, ajudam os neurônios a transmitir impulsos elétricos através dos axônios.

Células ependimárias: essas células revestem os ventrículos da região central do cérebro e do canal central da medula espinhal, por onde circula o líquido cefalorraquiano.

Micróglias: representam de 10% a 20% da população total de células gliais do cérebro e funcionam como as células de defesa do sistema nervoso central.

Meninges: o revestimento mais externo do cérebro e da medula espinhal é feito por um tecido especializado, as meninges. Da mesma forma que as células ependimárias dos ventrículos, as meninges também formam espaços através dos quais circula o líquido cefalorraquiano.

Células de Schwann: essas células produzem mielina fora do cérebro, revestindo axônios dos nervos cranianos e nervos periféricos que conectam o sistema nervoso central ao resto do corpo.

Plexo coróide: é um tecido presente no interior dos ventrículos e que produz fluido cefalorraquiano (líquor).

Hipófise ou pituitária: a hipófise não é parte do cérebro, embora esteja conectada a ele; trata-se de uma glândula endócrina (isto é, produtora de hormônios) que fica na base do cérebro.

Pineal: também não é parte do cérebro e, como a hipófise, é uma glândula situada entre os hemisférios cerebrais. Ela produz melatonina, um hormônio que responde a mudanças de luminosidade.

Dependendo de sua localização e desenvolvimento, o tumor pode se espalhar rapidamente pelo cérebro e a doença pode ser mais agressiva. Com raríssimas exceções, tumores de cérebro e de medula espinhal nunca são benignos; a não ser que sejam completamente removidos do cérebro ou da medula espinhal, vão continuar a crescer e eventualmente, mesmo depois de muitos anos, causam a morte do paciente.

Os sinais e sintomas do câncer cerebral dependem basicamente da localização do tumor e do grau de comprometimento do tecido. Tumores localizados em qualquer parte do cérebro podem causar alguns sintomas gerais, como pressão intracraniana, dores de cabeça, náuseas e vômitos, visão turva, perda de equilíbrio, convulsões, dentre outros.

Alguns sintomas são mais específicos, dependendo da área comprometida pela doença. Se for uma área responsável pela linguagem, podem ocorrer alterações na fala e dificuldade de comunicação; se for uma área motora, pode ocorrer dificuldade para andar, se movimentar e desempenhar outras funções do cotidiano. Todos estes sintomas podem, ainda, ter outras causas, e devem ser avaliados por médico especialista para se definir um diagnóstico.

O tratamento do câncer cerebral geralmente envolve cirurgia e radioterapia, com o objetivo de remover a maior parte do tumor para evitar que as funções do cérebro sejam afetadas. Em alguns casos, também é utilizada a quimioterapia, a qual consiste no tratamento com medicamentos que têm como objetivo destruir as células tumorais.

De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral. Para alguns tumores cerebrais, os quimioterápicos podem ser administrados diretamente no líquido cefalorraquidiano (LCR), quer no cérebro ou no canal espinhal abaixo da medula espinhal.

Os quimioterápicos usados para tratar tumores cerebrais incluem: carboplatina, carmustina, cisplatina, ciclofosfamida, etoposido, irinotecano, lomustina, metrotrexato, procarbazina, temozolomida e vincristina.

Fonte: InORP


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